Protagonistas do filme "Rio", as ararinhas azuis voltarão à natureza, no sertão baiano.
Ararinhas azuis voltarão à natureza numa área de preservação no sertão baiano |
As maracanâs-verdadeiras serão as companheiras das ararinhas azuis na fase de adaptação |
Em breve, o som estridente e alegre das ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) voando na companhia de outro parente, as maracanãs-verdadeiras (Primolius maracana), ecoará pelos ares do sertão baiano, pois as aves voltarão a povoar a região de Curaçá, norte da Bahia. Em dezembro de 2017 (data prevista), durante o período reprodutivo, um bando de 20 maracanãs, entre machos e fêmeas, será solto na fazenda Concórdia, às margens do riacho Melancia, uma área toda cercada de 2.380 hectares, pertencente à Al Wabra Wildlife Preservation.
A Al Wabra é uma organização sem fins lucrativos, sediada no Catar, dona de um criadouro particular de animais silvestres e que abriga o maior número de ararinhas-azuis criadas em cativeiro no mundo. E a soltura das maracanãs representará o início de um projeto-piloto destinado a preparar terreno para o retorno definitivo das ararinhas-azuis, extintas na natureza há mais de 15 anos.
As maracanãs-verdadeiras foram escolhidas pelo Grupo de Trabalho de Recuperação da Ararinha-azul para essa fase de testes por serem as aves mais parecidas, biologicamente, com essas ararinhas, inclusive nos quesitos comportamento e alimentação.
AMBIENTAÇÃO
Na sequência, em 2019, em comemoração aos 200 anos de descoberta da espécie pela ciência, haverá a soltura de um bando misto de ararinhas-azuis e maracanãs, na proporção de dez aves de cada grupo, machos e fêmeas. As aves serão monitoradas por, pelo menos, um ano por pesquisadores da Al Wabra Wildlife Preservation, e acompanhadas por veterinários.
Antes da soltura, as aves passam por uma fase de ambientação, que pode durar de um a três meses, para se adaptar em à alimentação e ao clima da região. Nesse período, as ararinhas serão acompanhadas por especialistas em comportamento, que treinarão os animais para, também, se prevenirem contra o ataque de predadores.
O projeto contará, ainda, com a coordenação de especialistas do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave/ICMBio), que atuam no programa de cativeiro do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-azul, o PAN Ararinha-azul, aprovado em 2012.
A iniciativa tem apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da comunidade local.
As ararinhas azuis são as protagonistas do filme Rio, que é sucesso de bilheteria.
CN News By Marcia Cruz, com informações do MMA (Ministério do Meio Ambiente)