Conheça Isaac do Vine, o baiano de 7 anos que é um fenômeno na internet
Os números são impressionantes: 1,8 milhão de inscritos no YouTube, mais de 3 milhões de likes no Facebook e quase 700 mil seguidores no Instagram. Este é Isaac do Vine, de 7 anos, que mora em Salvador e é um sucesso na internet. Confira!
Conheça Isaac do Vine, o baiano de 7 anos que é um fenômeno na internet
Por Thais Borges / Correio da Bahia
Nas prateleiras do quarto de Isaac Guedes Moura, 7 anos, no apartamento na Vila Canária, dá para contar uns 100 bonequinhos: miniaturas do Bob Esponja, Snoopy, Star Wars, Shrek, Toy Story, Pinguins de Madasgascar... Adicione aí algumas dezenas de peças de Lego – aos que não tiveram infância, são aqueles brinquedos de montar e desmontar.
O cenário seria comum para o quarto de uma criança de 7 anos, não fosse o fato de que, ao lado do “diploma” de conclusão da Educação Infantil, há um certificado um tanto inusitado: uma placa comemorativa de prata, enviada pelo YouTube, devido aos 100 mil inscritos no canal que Isaac mantém no site. É mais provável que você o conheça pela alcunha que adotou na internet, inclusive. Aos fãs e aos desavisados, com vocês, o baiano que é um dos youtubers mirins mais famosos do Brasil: Isaac do Vine.
“Eles já deram também a placa de um milhão, que deve estar para chegar”, revela a mãe de Isaac, Iasmin Guedes, 22 anos, referindo-se ao segundo maior prêmio concebido pela plataforma de vídeos. Depois dessa, que é de ouro, só a de diamante – exclusiva para aqueles que conseguem mais de 10 milhões de inscritos no canal.
Não dá para dizer que não fomos avisados. Na porta, totalmente coberta por adesivos do Homem-Aranha, uma placa de metal dava uma dica do que estava por vir. “Sorria, você está sendo filmado”, diz o alerta. É ali que Isaac grava a maioria dos seus vídeos, que são desde paródias de músicas como Bang, de Anitta, até imitações do cantor Wesley Safadão, do vampiro Edward, da saga Crepúsculo, e vídeos de humor como um que compara a vida de um rico e de um pobre.
Dali mesmo, um dia, dois anos atrás, ele apareceu para o mundo e nunca mais saiu. De lá para cá, foram só números impressionantes: 1,8 milhão de inscritos no YouTube, mais de 3 milhões de likes em sua página no Facebook e quase 700 mil seguidores no Instagram.
No fim de semana, a popularidade saiu da web e invadiu o Salvador Shopping. Quase duas mil pessoas fizeram fila para conhecer Isaac no lançamento de seu livro na Saraiva – sim, O Livro do Isaac, que teve tiragem de 25 mil exemplares, pela Universo dos Livros. Enquanto esperavam por uma das 500 senhas, gritos de “Isaac, cadê você/ eu vim aqui só pra te ver”. É, Isaac é popstar. Ou melhor: para os fãs, é o “anjinho”, graças aos cachos do cabelo.
Antes mesmo disso, no mesmo Salvador Shopping, Isaac estrelou a campanha de divulgação do Palácio das Bolinhas - que ficou no centro de compras entre janeiro e fevereiro deste ano. "Após uma pesquisa, identificamos o fenômeno Isaac do Vine como uma figura que poderia impactar o público infantojuvenil que tem o perfil do Salvador Shopping. Ele possui a doçura e o carisma que precisávamos, a fim de viralizar a ação e trazer fluxo para o empreendimento. Isaac acerta no tom da brincadeira e atinge também os pais das crianças", explica a gerente de Marketing do Salvador Shopping, Karina Dourado. A aposta deu certo: o vídeo com Isaac teve quase dois milhões de visualizações no vídeo - metade do número foi alcançado em apenas 48 horas. Além disso, a publicação teve mais de 72 mil curtidas e 7 mil compartilhamentos no Facebook.
“Gostei de ficar famoso. Mas não ganha dinheiro, não. Que nada. Ganha nada”, disse o youtuber à repórter, sem tirar os olhos dos brinquedos de Lego. Para a família, ele encara a fama como diversão. Talvez nem tenha noção do tanto de gente que o conhece. Pelo menos, não imaginava que nada disso aconteceria, quando pediu ao tio, Ícaro Guedes, 20, para gravar o primeiro vídeo.
Na época, Ícaro tinha uma conta no Vine (um aplicativo de vídeos curtos que “bombou” e depois perdeu espaço). “Perguntei a meu tio: 'tio, por que você não deixa eu fazer só um videozinho? Ele deixou, eu apareci e depois que ele postou, já tinha 100 mil inscritos. Ô, inscritos não. Seguidores”, lembra Isaac. Foi de lá que veio o apelido, que muita gente acha que é sobrenome.
Depois, tudo aconteceu de uma forma muita rápida e passou para outras plataformas, segundo Iasmin. Com o irmão, ela é a responsável pelos roteiros dos vídeos de Isaac - o que não quer dizer que ele vá seguir o que foi planejado.
“Mas me preocupo com o fato de que Isaac tem acesso às redes sociais dele. A gente fica muito ligado. Tem 'haters' por aí e a gente sempre explica que tem essas pessoas que ficam espalhando o ódio pela internet”, disse, referindo-se aqueles comentaristas de redes sociais que postam mensagens de ódio ou crítica sem mesmo ter um critério para isso.
A avô, a autônoma Valdêmia Pereira, também conta que o esforço deles é para que a rotina de Isaac não mude. Por isso, ele está, desde os 2 anos, na mesma escolinha – a Escola Pequeno Ser, na Vila Canária. “Levo ele todos os dias, segurando a mão. Não queremos que ele perca essa essência. Como avó, fico feliz, orgulhosa, mas, às vezes, bate aquele medo, quero proteger”.
Na escola, os colegas adoram os vídeos de Isaac. “Eles acham legal. Só tem uma menina que fica dizendo que meus vídeos são chatos”, conta o youtuber, sem parecer se abalar muito. Ele também só faz um vídeo por semana. Gasta aproximadamente 20 minutos para gravar. Depois, a edição fica por conta do tio.
O livro também foi bem espontâneo. Enquanto algumas editoras procuravam a família, Isaac via YouTubers famosos que também estavam lançando livros. Um dia, chegou para o tio e perguntou: “Por que não posso fazer um livro?”. A resposta foi bem realista: Isaac tinha aprendido a ler e a escrever outro dia. Como pode? Pois, a alternativa foi um livro narrado pelos três (pelo tio, pela mãe e por ele) e editado posteriormente.
Cheio de assunto, usa palavras como 'networking' e fala sobre a “Paramaker” - uma network de canais do YouTube, fundada pelo youtuber Felipe Neto – com a mesma naturalidade com a que comenta sobre as peças de Lego. Para ele, inclusive, a Paramaker não serve. “Não chega nenhum dinheiro. Minha poupança tá ó”, brinca, mostrando o polegar para baixo, em desaprovação.
Nesse meio tempo, já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e até Manaus. “É quente pra caramba aquele lugar. Parece que está pegando fogo”, diz, sobre a capital amazonense. A viagem preferida parece ter sido para Recife. "Gostei do Mirabilândia", afirma, referindo-se ao tradicional parque da cidade e mostrando que, para ele, o que importa mesmo é a diversão. Mas, desse jeito, já já a placa de diamante chega, Isaac.
Da Redação CN, com informações do Correio da Bahia.